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Alguns ganham status na sociedade por nascerem
em berço de ouro.
Certas pessoas acreditam que precisam ter
carros importados, roupas de marca, sapatos e bolsas de grife, itens de luxo
para serem felizes.
Outros trabalham e batalham por
sucesso na vida.
Poucos até têm a sorte de ganhar na Mega Sena
ou receber uma herança inesperada.
No final das contas,
todos querem um lugar ao Sol…
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domingo, 16 de junho de 2013
Tô na grife, tô bonito, tô andando igual patrão
Consumo e Status
Agora eu fiquei doce, doce, doce, doce
Agora eu fiquei do-do-do-do-doce, doce
E agora eu fiquei doce igual caramelo,
To tirando onda de Camaro amarelo.
E agora você diz: vem cá que eu te quero,
Quando eu passo no Camaro amarelo.
Quando eu passava por você,
Na minha CG você nem me olhava.
Fazia de tudo pra me ver, pra me perceber,
Mas nem me olhava.
Aí veio a herança do meu véio,
E resolveu os meus problemas, minha situação.
E do dia pra noite fiquei rico,
To na grife, to bonito, to andando igual patrão.
Agora eu fiquei doce igual caramelo,
To tirando onda de Camaro amarelo.
E agora você diz: vem cá que eu te quero,
Quando eu passo no Camaro amarelo.
E agora você vem, né?
Agora você quer.
Só que agora vou escolher,
Tá sobrando mulher.
E agora você vem, né?
Agora você quer, ha.
Só que agora vou escolher,
Tá sobrando mulher.
Quando eu passava por você
Na minha CG você nem me olhava.
Fazia de tudo pra me ver, pra me perceber,
Mas nem me olhava.
Aí veio a herança do meu "véio",
E resolveu os meus problemas, minha situação.
E do dia pra noite fiquei rico,
"To" na grife, "to" bonito, "to" andando igual patrão.
Agora eu fiquei doce igual caramelo;
"To" tirando onda de Camaro amarelo.
Agora você diz: vem cá que eu te quero;
Quando eu passo no Camaro amarelo.
E agora você vem, né?
Agora você quer.
Só que agora vou escolher,
"Tá" sobrando mulher.
E agora você vem, né?
Agora você quer.
Só que agora vou escolher,
"Tá" sobrando mulher.
Agora eu fiquei doce igual caramelo;
"To" tirando onda de Camaro amarelo.
E agora você diz: vem cá que eu te quero,
Quando eu passo no Camaro amarelo.
Agora eu fiquei doce, doce, doce, doce
Agora eu fiquei do-do-do-do-doce, doce
Quem é?
MUNHOZ & MARIANO - Munhoz & Mariano é uma dupla sertaneja brasileira de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, formada em 2006 por Raphael Calux Munhoz Pinheiro, o Munhoz, e Ricardo Mariano Bijos Gomes, o Mariano. Em 2011, a dupla lançou seu primeiro DVD ao vivo, em uma casa de shows de Campo Grande. Em 2012 foi lançado o segundo álbum da dupla, em CD e DVD nomeado Ao vivo em Campo Grande Vol. 2. Seu single "Camaro Amarelo" atingiu a primeira posição da tabela brasileira compilada pela Crowley Broadcast Analysis.
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Entendendo o texto
1) “Agora eu fiquei doce, doce, doce, doce
Agora eu fiquei do-do-do-do-doce, doce”
Neste trecho a repetição da palavra “doce” causa qual efeito expressivo na letra da música? No segundo verso, a repetição da sílaba “do” tem o mesmo resultado que no primeiro?
2) Os autores da canção “Camaro Amarelo” utilizaram expressões características da oralidade como gírias, por exemplo. Indique no texto algumas destas expressões e o que elas significam.
3) A nossa língua possui grandes diferenças quando empregada na oralidade e na escrita. Na canção “Camaro Amarelo”, identifique as palavras que possuem uma grafia diversa da utilizada em textos escritos.
4) “Quando eu passava por você
Na minha CG você nem me olhava”
Neste verso, os autores utilizaram uma figura de linguagem chamada METONÍMIA. Ao invés de falar “Na minha moto da marca CG você nem me olhava”, eles preferiram “Na minha CG você nem me olhava”. Notem que a substituição de um termo por outro não fez a frase perder o sentido.
METONÍMIA
É a figura de linguagem que consiste na substituição de um termo por outro em que a relação entre os elementos que esses termos designam não depende exclusivamente do indivíduo, mas de ligação objetiva que esses elementos mantêm na realidade.
Ex: Li Machado de Assis neste fim de semana.
Gosto de ouvir Mozart.
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Encontre na letra da canção outro verso que utiliza a metonímia como recurso expressivo.
5) Quais dados na música indicam o motivo do eu lírico da canção ter ficado “doce igual caramelo”?
6) O eu lírico da canção dirige-se a uma pessoa (“você”) ao falar de sua situação financeira. Quem seria este interlocutor (a)?
7) Que fator importante no texto indica a mudança de situação econômica do eu lírico do poema?
8) Por que o autor diz:
“Só que agora vou escolher,
Tá sobrando mulher”?
9) Assim como os autores da canção, você acredita que as mulheres se interessam apenas por homens que tenham dinheiro? Por quê?
10) Existem no texto marcas linguísticas que demonstram passagem do tempo. Sinalize quais são elas.
11) “Quando eu passava por você
Na minha CG você nem me olhava
Fazia de tudo pra me ver, pra me perceber,
Mas nem me olhava...”
No verso em negrito existe a ausência de um sujeito. Quem seria este sujeito? Que tipo de sujeito ele é nesta oração? A ausência deste sujeito dificulta o entendimento sobre quem se está falando na canção, ele tem relação com os dois primeiros versos desta estrofe?
Nas entrelinhas da literatura
No capítulo anterior, você conheceu um pouco sobre a produção literária em prosa do Romantismo Brasileiro período em que se destacou a figura do escritor José de Alencar. "Senhora" é considerada a sua obra-prima. Assim como na canção “Camaro Amarelo”, em que o eu lírico vê a sua situação financeira (e amorosa) melhorar após receber a herança do seu “véio”, a protagonista do romance de Alencar, Aurélia Camargo, rainha dos salões, também recebe uma herança e usa o dinheiro para vingar-se de seu grande amor que a preterira meses atrás por uma mulher mais rica. Este é o momento de adentrarmos um pouco mais neste universo dos salões, da vida doméstica da burguesia da época, que o romancista cearense soube, como poucos, retratar nesta obra.
“Senhora”
José de Alencar
O preço
I
“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões.
Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.
Era rica e famosa.
Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da Corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor?
Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia.
Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros.
Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.
Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.
Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse.
Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade do que a velha parenta.
A convicção geral era que o futuro da moça dependia exclusivamente de suas inclinações ou de seu capricho; e por isso todas as adorações se iam prostrar aos próprios pés do ídolo.
Assaltada por uma turba de pretendentes que a disputavam como o prêmio da vitória, Aurélia, com sagacidade admirável em sua idade, avaliou da situação difícil em que se achava, e dos perigos que a ameaçavam.
Daí provinha talvez a expressão cheia de desdém e um certo ar provocador, que eriçavam a sua beleza aliás tão correta e cinzelada para a meiga e serena expansão d'alma.
Se o lindo semblante não se impregnasse constantemente, ainda nos momentos de cisma e distração, dessa tinta de sarcasmo, ninguém veria nela a verdadeira fisionomia de Aurélia, e sim a máscara de alguma profunda decepção.
Como acreditar que a natureza houvesse traçado as linhas tão puras e límpidas daquele perfil para quebrar-lhes a harmonia com o riso de uma pungente ironia?
Os olhos grandes e rasgados, Deus não os aveludaria com a mais inefável ternura, se os destinasse para vibrar chispas de escárnio.
Para que a perfeição estatuária do talhe de sílfide, se em vez de arfar ao suave influxo do amor, ele devia ser agitado pelos assomos do desprezo?
Na sala, cercada de adoradores, no meio das esplêndidas reverberações de sua beleza, Aurélia bem longe de inebriar-se da adoração produzida por sua formosura, e do culto que lhe rendiam, ao contrário parecia unicamente possuída de uma indignação por essa turba vil e abjeta.
Não era um triunfo que ela julgasse digno de si, a torpe humilhação dessa gente ante sua riqueza. Era um desafio, que lançava ao mundo; orgulhosa de esmagá-lo sob a planta, como a um réptil venenoso.
E o mundo é assim feito; que foi o fulgor satânico da beleza dessa mulher, a sua maior sedução. Na acerba veemência da alma revolta, pressentiam-se abismos de paixão; e entrevia-se que procelas de volúpia havia de ter o amor da virgem bacante.
Se o sinistro vislumbre se apagasse de súbito, deixando a formosa estátua na penumbra suave da candura e inocência, o anjo casto e puro que havia naquela, como há em todas as moças, talvez passasse despercebida pelo turbilhão.
As revoltas mais impetuosas de Aurélia eram justamente contra a riqueza que lhe servia de trono, e sem a qual nunca por certo, apesar de suas prendas, receberia como rainha desdenhosa a vassalagem que lhe rendiam.
Por isso mesmo considerava ela o ouro um vil metal que rebaixava os homens; e no íntimo sentia-se profundamente humilhada pensando que para toda essa gente que a cercava, ela, a sua pessoa, não merecia uma só das bajulações que tributavam a cada um de seus mil contos de réis.
Nunca da pena de algum Chatterton desconhecido saíram mais cruciantes apóstrofes contra o dinheiro, do que vibrava muitas vezes o lábio perfumado dessa feiticeira menina, no seio de sua opulência.
Um traço basta para desenhá-la sob esta face.
Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza, Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão.
Assim costumava ela indicar o merecimento relativo de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia cotava os seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial.
Uma noite, no Cassino, a Lísia Soares, que fazia-se íntima com ela, e desejava ardentemente vê-la casada, dirigiu-lhe um gracejo acerca do Alfredo Moreira, rapaz elegante que chegara recentemente da Europa:
- É um moço muito distinto - respondeu Aurélia sorrindo -, vale bem como noivo cem contos de réis; mas eu tenho dinheiro para pagar um marido de maior preço, Lísia; não me contento com esse.
Riam-se todos destes ditos de Aurélia e os lançavam à conta de gracinhas de moça espirituosa; porém a maior parte das senhoras, sobretudo aquelas que tinham filhas moças, não cansavam de criticar desses modos desenvoltos, impróprios de meninas bem-educadas.
Os adoradores de Aurélia sabiam, pois ela não fazia mistério, do preço de sua cotação no rol da moça; e longe de se agastarem com a franqueza, divertiam-se com o jogo que muitas vezes resultava do ágio de suas ações naquela empresa nupcial.
Dava-se isto quando qualquer dos apaixonados tinha a felicidade de fazer alguma cousa a contento da moça e satisfazer-lhe as fantasias; porque nesse caso ela elevava-lhe a cotação, assim como abaixava a daquele que a contrariava ou incorria em seu desagrado.
Muito devia a cobiça embrutecer esses homens, ou cegá-los a paixão, para não verem o frio escárnio com que Aurélia os ludibriava nestes brincos ridículos, que eles tomavam por garridices de menina, e não eram senão ímpetos de uma irritação íntima e talvez mórbida.
A verdade é que todos porfiavam, às vezes colhidos por desânimo passageiro, mas logo restaurados por uma esperança obstinada, nenhum se resolvia a abandonar o campo; e muito menos o Alfredo Moreira que parecia figurar na cabeça do rol.
Não acompanharei Aurélia em sua efêmera passagem pelos salões da Corte, onde viu, jungido a seu carro de triunfo, tudo que a nossa sociedade tinha de mais elevado e brilhante.
Proponho-me unicamente a referir o drama íntimo e estranho que decidiu do destino dessa mulher singular.”
O romance “Senhora”, de José de Alencar é considerado um marco na literatura brasileira por ser protagonizado por uma personagem feminina: Aurélia Camargo, que consegue sua emancipação numa sociedade onde a mulher não tinha muito espaço para demonstrar suas opiniões, restando-lhes, submeter-se ao domínio machista. Na referida obra, apesar de tratar-se de uma narrativa romântica onde o amor triunfa sobre todos os males, são tematizados: a ascensão social a qualquer preço, o casamento por interesse, a emancipação feminina, entre outros assuntos que já apontavam para o estilo literário que estaria por vir: o Realismo. Além de romances urbanos, Alencar escreveu romances indianistas e regionais, sendo considerado um dos maiores autores da prosa romântica.
Entendendo o texto
Após a leitura do capítulo do romance "Senhora", responda as seguintes questões:
1) Que classe social é retratada nesse texto?
2) Que importância ou significado tem o casamento para a sociedade naquela época?
3) De que forma Aurélia Camargo, confronta as regras sociais?
4) Em que o comportamento de Aurélia difere do das demais moças?
5) A que se deve essa diferença?
6) Por que as revoltas mais impetuosas de Aurélia eram justamente contra a riqueza?
7) Que elemento do romance sugere uma aproximação ao realismo?
8) Por que, apesar da crítica à sociedade, entre outros aspectos, Senhora é tipicamente um romance romântico?
SUGESTÃO
O romance “Senhora” foi diversas vezes adaptado para a televisão e cinema. A adaptação mais recente foi feita pela TV Record em 2005 com a novela "Essas Mulheres". A produção utilizou como base três romances conhecidos de José de Alencar: “Senhora”, “Diva” e “Lucíola”.Na versão para a TV, Aurélia Camargo foi interpretada pela atriz Christine Fernandes e Fernando Seixas foi interpretado pelo ator Gabriel Braga Nunes.
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Você conheceu Aurélia Camargo, uma mulher à frente de seu tempo que, ao seu modo, enfrentou a sociedade conservadora do século XIX. Você já ouviu falar de outras mulheres que, como a protagonista do romance “Senhora”, também enfrentaram preconceitos e se tornaram conhecidas pelas suas atitudes e talentos?
Conheça algumas delas:
Forme grupos com seus amigos e pesquise em livros, revistas, jornais e na Internet sobre as personalidades acima ou outros nomes de mulheres importantes na música, política, literatura, teatro, cinema, ciências, que você conheça.
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Depois faça a apresentação em um seminário cujo dia será determinado pelo seu professor (a).
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